FIQUEM VIGIANDO, O
SENHOR VAI CHEGAR
Primeira leitura ( Is 35,1-6.10)
Quando
tomamos consciência das previsões que os cientistas divulgam sobre o futuro do
planeta terra, ficamos estarrecidos com o fim da aventura humana em nosso
planeta. O dia 15 de setembro de 1917 foi o dia da sobrecarga da terra . A
partir desse dia a vida vai entrando em colapso: ar cada vez mais poluído,
falta de água, aquecimento global, degelo das camadas polares, desmatamento da
Amazônia, destruição da fauna e da flora( 70 a 100 mil espécies são extintas
por ano), banalização da vida, aumento da pobreza de um lado e aumento da
riqueza por parte de outros...etc. Isto tudo por causa da ganância de possuir
mais e mais( dez milionários no Brasil possuem 63% da riqueza do país). O nosso
planeta é um Titanic que começou a afundar. Estima-se que se nada for feito, no
ano 2.100, 80% da população estará extinta. É terrível pensar que o planeta
terra que levou 13 bilhões de anos para atingir o estágio atual pode ser
destruído pela criatura mais evoluída, que fora convocada por Deus para ser o
jardineiro da terra, possa levar à sua destruição em 200 anos.
Isaías
, um profeta sonhador havia previsto um futuro maravilhoso sem doenças, nem dor
e sem pranto numa terra feita um jardim de flores. Eram palavras de conforto e
esperança e não previsão da realidade porque, de fato com a vinda de Jesus o
mundo não mudou. O próprio Jesus esperava o Reino de Deus que não veio. O mundo
mudará se os homens resolverem seguir a mensagem de Jesus
.
Jesus
mostrou que com sua vinda começou o mundo novo anunciado pelo profeta. Jesus
semeou, mas a semente caiu em terra seca (os judeus não aceitaram mensagem de
Jesus) ou caiu entre os espinhos que impediram o crescimento da semente.
Esta situação continua a mesma hoje. Mesmo assim existem aqui e ali oásis
de vida cristã, sinais de que Deus pode fazer crescer um jardim no deserto,
servindo-se da colaboração humana.
Segunda leitura (Tg 5,7-10)
Tiago,
na sua carta, emprega palavras muito duras contra os ricos. É difícil encontrar
maldições mais fortes contra este tipo de gente. O que aconselha a quem foi
explorado? Recomenda... a paciência.
Tiago
não é o tipo para aguentar a injustiça contra os pobres, mas ele se conscientiza
que há situações nas quais, depois de ter esgotado tudo o que está ao alcance
da pessoa, não há outra saída do que esperar com paciência. Para
explicar o seu modo de pensar ele se inspira na vida do agricultor.
O
agricultor não fica sentado, olhando a lavoura, esperando que produza frutos
sozinha. Ele trabalha, lavra, semeia, irriga, arranca as ervas daninhas...Mas
ele também sabe esperar, acredita na força irresistível da semente, confia na
terra que nunca o enganou, acredita também que o Senhor cumprirá o seu
papel: enviará a chuva benéfica, que fecunda a terra no outono e na
primavera.
Tiago
conclui, dizendo aos pobres: no vosso sofrimento fazei tudo o que estiver
ao vosso alcance, lutai para conseguir justiça, mas não cometais violência
contra quem vos oprime.
Evangelho Mt (11,2-11)
No
tempo de Jesus havia uma intensa expectativa em torno da vinda do Messias, mas
ninguém sabia que tipo de Messias viria. Até João Batista, tinha suas dúvidas.
Antes de ser encarcerado ele havia anunciado um Messias que faria coisas
terríveis, coisas de arrepiar os cabelos. Teria sido um juiz severo, teria
cortado as árvores inúteis, limpado o terreiro, separado o grão da palha e
depois teria queimado com fogo e sem piedade o que tivesse qualquer impureza.
Informado
por seus discípulos da atividade de Jesus, mandou uma delegação para perguntar:
“És tu aquele que há de vir ou temos que esperar outro” (v.3). Para a surpresa
de João, Jesus não faz nada do que o Batista havia anunciado: não condena os
pecadores, não varre os injustos, mas come com eles e se gaba de ser
amigo deles (v.7,34). Não destrói nada, procura recuperar e consertar o que
está quebrado.
Aos
enviados do Batista Jesus se apresenta como Messias, enumerando seis
sinais, tomados de alguns textos de Isaías(35,5-6;26,19;61,1) e
que são : cura dos cegos, dos surdos, dos mudos, dos aleijados, a ressurreição
dos mortos e o anúncio do evangelho aos pobres. Todos sinais de
salvação, nenhum de condenação.
Jesus,
portanto, não tem nada a ver com o homem enérgico e severo que o Batista
esperava. O seu procedimento escandaliza o Precursor e
continua escandalizando a nós também, hoje.
A
dúvida é algo natural para quem pensa a sua fé e quer integrá-la em seu
pensamento e sua maneira de viver.
A
segunda parte do evangelho de hoje contém três perguntas de Jesus a respeito de
João. As respostas são óbvias: O Batista não é um caniço que se dobra ao sabor
do vento; não é um oportunista que se adapta a qualquer situação e não se
inclina diante do poderoso do momento. Pelo contrário, é alguém capaz de atacar
o rei, e não tem medo de dizer o que pensa.
A
terceira pergunta exige uma resposta positiva: João era um profeta e muito mais
do que um profeta.
É muito
curiosa a conclusão: “ O menor no Reino dos céus é maior do que ele”(v.11). Não
melhor, mas maior, alguém que vê mais longe. Quem descobriu o
novo semblante de Deus, quem compreendeu que ele veio ao encontro do homem para
perdoá-lo, acolhê-lo, amá-lo, entrou na nova perspectiva apontada por Jesus. É
como uma criança: é pequeno, mas tem olhos que contemplam um esplêndido
panorama que a pessoa adulta não tem mais condições de ver e admirar.
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