PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO – ANO A


FIQUEM VIGIANDO, O SENHOR VAI CHEGAR


Primeira leitura (Is 2,1-5)

No tempo do profeta Isaías(740 a.C.), o Reino de Judá está para sucumbir sob uma grande guerra por parte dos reis vizinhos. Isaías, porém, não perde a calma, e, em nome de Deus  anuncia um futuro maravilhoso. Jerusalém se transformará no centro do mundo e irradiará a paz para todas as nações. Muito lúcido, promete três coisas:
1.      A cidade santa se tornará o centro para a qual os homens do mundo inteiro voltarão seus olhares, seus sonhos e suas esperanças.
2.      Em seguida, todos os povos tomarão o caminho em direção de Jerusalém para ouvir a palavra do Senhor, para aprender a lei do povo de Israel.
3.      A terceira promessa descreve a paz universal, fruto da justiça e da prática da palavra de Deus.
           Segundo os cristãos, a vinda de Jesus marcou o início  desta era de paz universal. Mas os   judeus retrucavam: Como podeis afirmar que o Messias chegou e que o Reino de Deus se manifestou, quando, na verdade, nada mudou? Os homens continuam a odiar-se, usar a violência, fazer guerras? Não há em toda parte, doenças, fome, desgraças, luto e pranto?
É verdade, mas enganam-se os judeus e também  as pessoas de hoje quando pensam que o Reino de Deus cairá do céu  e se instalará  milagrosamente no mundo sem a colaboração por parte do homem. É oportuno lembrar Sto. Agostinho: “ o homem sem Deus não é, e Deus sem o homem não pode”. A profecia de Isaías é como uma semente, crescerá lentamente. A vinda de Cristo foi muito recente em comparação com os milhares de anos da existência humana no planeta. Nem Jesus conseguiu implantar o Reino de Deus. Mesmo assim podemos constatar que existem muitos sinais do Reino de Deus no mundo de hoje. 

Segunda leitura (Rm 13,11-14)

Paulo compara os cristãos de antes do batismo e depois do batismo. Antes, andavam nas trevas da noite e faziam coisas vergonhosas: bebedeiras, imoralidades, furtos, adultérios... Depois do batismo abandonaram essas obras e entraram no reino da luz, jogaram fora a roupa velha e vestiram uma veste nova: Cristo.
Em verdade, o cristão deve comportar-se de tal modo que quem o observa, possa ver nele algo da pessoa de Jesus.
Paulo, todavia, é realista, constata que as trevas, mesmo entre os cristãos, de forma alguma desapareceram. Reconhece que a noite ainda envolve o mundo. Mas é otimista: um novo dia está surgindo, uma nova humanidade está surgindo. Isto vale também para nós: se abrirmos melhor nossos olhos, descobriremos também os sinais de um mundo novo, que já começou
.
Evangelho (Mt 24,37-44)

O evangelho de hoje é redigido em linguagem “apocalíptica”, simbólica. Se mal interpretado, como crônica, provoca medo, terror, angústia. Se for assim, não é evangelho pois o evangelho é uma “boa notícia”, “uma mensagem de alegria e de esperança”. Para entender o trecho do evangelho é preciso averiguar porque Jesus fala de Noé, de dois homens que trabalham no campo, de duas mulheres que estão moendo, do ladrão.
A resposta se encontra logo no início do  cap. 24: Jesus está se referindo à cidade de Jerusalém, aos seus habitantes que não querem converter-se e que estão se encaminhando para a ruína (v.1-2).
Os discípulos perguntam a Jesus: Quando isto acontecerá e quais serão os sinais que servem de aviso? (v.3).
Jesus responde propondo uma lição que é atual para os homens de todos os tempos: é preciso estar sempre alerta; depois, para esclarecer melhor, alguns exemplos.
No tempo de Noé havia dois tipos de pessoas: os  “distraídos” que comiam  e bebiam casavam-se e davam-se em casamento”(v.38). De outro lado Noé “que era pessoa justa entre seus contemporâneos, andava com Deus, e por isso foi salvo”(cf. Gn 6,8-9), enquanto os primeiros pereceram.
O ensinamento desta primeira narrativa é o seguinte: da mesma forma que o dilúvio chegou de surpresa, assim chegará, repentinamente a destruição de Jerusalém. Muitos judeus não perceberam a ameaça vinda dos romanos e pereceram com a destruição da cidade.
Dois homens estão trabalhando no campo e duas mulheres estão moendo. Os dois homens e as duas mulheres fazem a mesma coisa: um homem será levado e o outro será deixado; uma mulher será levada e a outra deixada. Qual o critério de seleção? É o modo como as pessoas agem. Há quem vive o presente preparando o futuro, e há quem não aprendeu da história (os tempos de Noé) e não sabe como viver o presente, sem futuro.
O ladrão, evidentemente, não avisa a hora da sua chegada, e por isso o senhor deve estar sempre acordado para prender o ladrão (v.43). 
Mas será que Deus se comportará como um ladrão e chamará o homem para julgamento, aproveitando o momento em que ele está menos preparado? Seria um Deus cruel que não merece crédito, e não um Deus salvador.
Mas então o que é vigiar? No Getsêmani Jesus pediu aos discípulos que vigiassem com ele. Vigilância, neste caso, é solidar-se com Jesus que está para ser morto por uma sociedade baseada na mentira, e na injustiça. Isto pode iluminar o trecho em questão. Jesus não está à procura de inquisidores, nem declarou aberta a temporada de caça às bruxas; ele quer pessoas que, apesar de não saberem quando  o Senhor virá, solidarizam-se com os que clamam por sua vinda, projetando luzes novas sobre a escuridão que invade nossa sociedade. Os que assim agem, colhem desde já as sementes de eternidade que se encontram no momento presente.


 PRIMEIRO DOMINGO DO ADVENTO – ANO A
FIQUEM VIGIANDO, O SENHOR VAI CHEGAR
Primeira leitura (Is 2,1-5)
No tempo do profeta Isaías(740 a.C.), o Reino de Judá está para sucumbir sob uma grande guerra por parte dos reis vizinhos. Isaías, porém, não perde a calma, e, em nome de Deus  anuncia um futuro maravilhoso. Jerusalém se transformará no centro do mundo e irradiará a paz para todas as nações. Muito lúcido, promete três coisas:
1.      A cidade santa se tornará o centro para a qual os homens do mundo inteiro voltarão seus olhares, seus sonhos e suas esperanças.
2.      Em seguida, todos os povos tomarão o caminho em direção de Jerusalém para ouvir a palavra do Senhor, para aprender a lei do povo de Israel.
3.      A terceira promessa descreve a paz universal, fruto da justiça e da prática da palavra de Deus.
           Segundo os cristãos, a vinda de Jesus marcou o início  desta era de paz universal. Mas os   judeus retrucavam: Como podeis afirmar que o Messias chegou e que o Reino de Deus se manifestou, quando, na verdade, nada mudou? Os homens continuam a odiar-se, usar a violência, fazer guerras? Não há em toda parte, doenças, fome, desgraças, luto e pranto?
É verdade, mas enganam-se os judeus e também  as pessoas de hoje quando pensam que o Reino de Deus cairá do céu  e se instalará  milagrosamente no mundo sem a colaboração por parte do homem. É oportuno lembrar Sto. Agostinho: “ o homem sem Deus não é, e Deus sem o homem não pode”. A profecia de Isaías é como uma semente, crescerá lentamente. A vinda de Cristo foi muito recente em comparação com os milhares de anos da existência humana no planeta. Nem Jesus conseguiu implantar o Reino de Deus. Mesmo assim podemos constatar que existem muitos sinais do Reino de Deus no mundo de hoje. 
Segunda leitura (Rm 13,11-14)
Paulo compara os cristãos de antes do batismo e depois do batismo. Antes, andavam nas trevas da noite e faziam coisas vergonhosas: bebedeiras, imoralidades, furtos, adultérios... Depois do batismo abandonaram essas obras e entraram no reino da luz, jogaram fora a roupa velha e vestiram uma veste nova: Cristo.
Em verdade, o cristão deve comportar-se de tal modo que quem o observa, possa ver nele algo da pessoa de Jesus.
Paulo, todavia, é realista, constata que as trevas, mesmo entre os cristãos, de forma alguma desapareceram. Reconhece que a noite ainda envolve o mundo. Mas é otimista: um novo dia está surgindo, uma nova humanidade está surgindo. Isto vale também para nós: se abrirmos melhor nossos olhos, descobriremos também os sinais de um mundo novo, que já começou.
Evangelho (Mt 24,37-44)
O evangelho de hoje é redigido em linguagem “apocalíptica”, simbólica. Se mal interpretado, como crônica, provoca medo, terror, angústia. Se for assim, não é evangelho pois o evangelho é uma “boa notícia”, “uma mensagem de alegria e de esperança”. Para entender o trecho do evangelho é preciso averiguar porque Jesus fala de Noé, de dois homens que trabalham no campo, de duas mulheres que estão moendo, do ladrão.
A resposta se encontra logo no início do  cap. 24: Jesus está se referindo à cidade de Jerusalém, aos seus habitantes que não querem converter-se e que estão se encaminhando para a ruína (v.1-2).
Os discípulos perguntam a Jesus: Quando isto acontecerá e quais serão os sinais que servem de aviso? (v.3).
Jesus responde propondo uma lição que é atual para os homens de todos os tempos: é preciso estar sempre alerta; depois, para esclarecer melhor, alguns exemplos.
No tempo de Noé havia dois tipos de pessoas: os  “distraídos” que comiam  e bebiam casavam-se e davam-se em casamento”(v.38). De outro lado Noé “que era pessoa justa entre seus contemporâneos, andava com Deus, e por isso foi salvo”(cf. Gn 6,8-9), enquanto os primeiros pereceram.
O ensinamento desta primeira narrativa é o seguinte: da mesma forma que o dilúvio chegou de surpresa, assim chegará, repentinamente a destruição de Jerusalém. Muitos judeus não perceberam a ameaça vinda dos romanos e pereceram com a destruição da cidade.
Dois homens estão trabalhando no campo e duas mulheres estão moendo. Os dois homens e as duas mulheres fazem a mesma coisa: um homem será levado e o outro será deixado; uma mulher será levada e a outra deixada. Qual o critério de seleção? É o modo como as pessoas agem. Há quem vive o presente preparando o futuro, e há quem não aprendeu da história (os tempos de Noé) e não sabe como viver o presente, sem futuro.
O ladrão, evidentemente, não avisa a hora da sua chegada, e por isso o senhor deve estar sempre acordado para prender o ladrão (v.43). 
Mas será que Deus se comportará como um ladrão e chamará o homem para julgamento, aproveitando o momento em que ele está menos preparado? Seria um Deus cruel que não merece crédito, e não um Deus salvador.
Mas então o que é vigiar? No Getsêmani Jesus pediu aos discípulos que vigiassem com ele. Vigilância, neste caso, é solidar-se com Jesus que está para ser morto por uma sociedade baseada na mentira, e na injustiça. Isto pode iluminar o trecho em questão. Jesus não está à procura de inquisidores, nem declarou aberta a temporada de caça às bruxas; ele quer pessoas que, apesar de não saberem quando  o Senhor virá, solidarizam-se com os que clamam por sua vinda, projetando luzes novas sobre a escuridão que invade nossa sociedade. Os que assim agem, colhem desde já as sementes de eternidade que se encontram no momento presente.




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