FESTA DO BATISMO DO SENHOR



BATISMO E MISSÃO


Primeira leitura (Is 42,2-4.6-7)

A primeira leitura fala de um certo “Servo do Senhor”. Não sabemos quem ele é: um indivíduo ou todo o povo de Israel. O que mais interessa é o fato que neste “Servo do Senhor” os cristãos identificaram logo a imagem de Jesus.
Diante do que aconteceu na sexta-feira da paixão, os discípulos ficaram desconcertados: como pôde acontecer um fato tão absurdo: como foi possível que a vida  de um homem tão bom e justo tenha terminado com uma derrota?
Perscrutando as Escrituras, descobriram que aquilo que o profeta dissera do “Servo do Senhor”, há 500 anos, aconteceu plenamente em Jesus de Nazaré. Escolhido por Deus par anunciar o direito a todos os povos e espalhar pelo mundo o conhecimento de Deus e a sua mensagem de amor, sem usar a força e a violência. Ele será luz para as nações, abrirá os olhos aos cegos, libertará os encarcerados e os escravos que andam nas trevas
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Segunda leitura (At 10,34-38)

Na Igreja primitiva havia uma questão muito delicada: podiam ou não os pagãos ser admitidos ao batismo. Pedro no início era contra, mas, depois iluminado pelo Espírito, “ começou a entender que o Senhor não faz acepção de pessoas; para ele não existem homens puros e impuros, todos os que acreditam em Deus e praticam a caridade, sejam eles de que etnia que for, são agradáveis a ele” (vv.34-36).

Evangelho (Mt 3,3-17)

Este texto não fala do batismo cristão, mas daquele administrado por João, batismo também recebido por Jesus. As pessoas eram mergulhadas na água, desapareciam sob  a água, e eram  em seguida puxadas para fora, o que significava que toda a vida passada  desparecia levada pela correnteza. Saindo da água, a pessoa era considerada uma pessoa nova, como que renascida naquele instante. Eram batizados os que decidiam mudar de vida e preparavam-se para a vinda do Messias. A primeira condição para recebê-lo era, portanto, aceitar-se como pecadores.. Os fariseus e saduceus não aceitavam o batismo de João porque se consideravam justos, sem pecado (Lc 7,30)
Assim sendo,  por que Jesus pediu para ser batizado?
Ele quis, desde o início da  sua vida pública, colocar-se ao lado dos pecadores, se fez um deles, aceitou a condição deles, como escravo, para percorrer com eles o caminho que conduz à liberdade.
O batismo de Jesus foi acompanhado por três fatos um tanto singulares... “Os céus se abriram, o Espírito Santo desceu sob a forma de pomba, ouviu-se uma voz do céu.” Não é crônica. Mateus quer explicar aos seus leitores, quem é Jesus e para isso se serve de três figuras.
1.      A figura dos céus abertos, refere-se a uma profecia que se encontra em Is 63,15-19, onde o profeta pede a Deus que “abra os céus”, isto é, que  encerre o seu silêncio  e pare de se manter longe do seu povo que pecou. Suplica-lhe ainda que abra o seu coração e volte a ser amigo dos homens.
Usando esta imagem, Mateus nos ensina que a o início da atividade pública de Jesus marcou  o momento da reconciliação entre o céu a e a terra, entre Deus e os homens.
2.      A imagem da pomba relembra o que aconteceu no tempo do dilúvio. Então também o céu estava fechado, havia inimizade entre Deus e os homens. A pomba com o raminho de oliveira foi o sinal de que a paz havia sido restabelecida.
3.      A voz do céu  é uma  expressão usada pelos rabinos daquele tempo, quando pretendiam manifestar o pensamento de Deus a respeito de uma pessoa ou de um determinado acontecimento. No nosso texto quer dizer que Deus proclamou solenemente que Jesus é o “Servo fiel e predileto de quem fala a primeira leitura. É ele  “o Filho predileto no qual ele se compraz”.




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